Para início de conversa, é importante definirmos bem o termo heurística, utilizado no título do texto. Eu mesmo, antes de me interessar em criar a postagem de hoje, se tivesse sido indagado por alguém a respeito do significado da tal palavra, não teria resposta convincente a oferecer, muito embora já tenha tido feito uso da heurística em diversos momentos da minha vida.
Pois bem, vamos partir para a definição.
Se analisarmos sua etimologia, Heurística tem origem no termo grego εὑρίσκω, que significa “encontrar” ou “descobrir”. Tem a mesma origem da palavra eureca (εὕρηκα), que significa “encontrei”.
A palavra heurística aparece em mais de uma categoria gramatical:
- Como substantivo, identifica a arte ou a ciência do descobrimento.
- Quando aparece como adjetivo, refere-se a coisas mais concretas, como estratégias heurísticas, regras heurísticas ou silogismos e conclusões heurísticas.
A capacidade heurística é uma característica humana que do lado positivo pode ser descrita como a arte de descobrir e inventar ou resolver problemas mediante a experiência (própria ou observada), somada à criatividade e ao pensamento lateral ou pensamento divergente. Como descrito acima, seja de forma deliberada ou não, heurísticas são procedimentos utilizados quando um problema a ser encarado é por demais complexo ou traz informações incompletas.
(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Heur%C3%ADstica)
Poderíamos ter aqui um post inteiramente dedicado ao estudo isolado da Heurística e nos remetermos a outros aspectos da Filosofia da Mente. Mas como este é um blog voltado para a discussão de Tecnologia e Educação, vamos nos ater a correlacionar ambos, o que já é muita coisa.
A ideia da postagem surgiu após a aula sobre inclusão digital, onde questionou-se a empregabilidade correta do termo e se de fato podemos nos considerar indivíduos inseridos digitalmente. Pois então trago más notícias àqueles que se orgulhavam do fato de saber logar na sua conta do Facebook ou outras redes sociais e até mesmo usar o homebanking.
É claro que ser dotado de tais competências em plena era da informatização é de extrema importância. Contudo, esta é apenas a pontinha do iceberg e muita coisa ainda separa o sujeito autônomo daquele apenas apto a operacionalizar certas funções do computador e das redes.
E é aí que entra a heuristica na conversa. Por que ao invés de optarmos pelo cômodo e prático dos gadgets e softwares pasteurizados, não buscamos investigar o quê de fato nossos computadores, smartphones e seus sistemas operacionais são capazes de fazer? Quantos de nós, ditos usuários proficientes do word e excel, sabemos programar um computador?
Existe um interesse muito grande de que nós continuemos sendo meros usuários funcionais dos aparatos tecnólogicos, mas o exercício da heurística pode nos levar a sermos senhores dos nossos destinos em mundo cada vez mais imerso em tecnologia.
Sugiro a leitura complementar “Você é um deficiente tecnológico?”. Aliás, a hipertextualidade é um exemplo de como a heurística pode ser colocada em prática. Você liga o seu computador com uma finalidade única ou converge para outros assuntos, outras descobertas, outros campos?
E para não ficarmos apenas no campo textual, sugiro a leitura tanto do meu blog quanto do artigo do link, acompanhada da canção “Zero e Um”, da banda capixaba Dead Fish, muito pertinente para o assunto em questão.